O que as gerações têm a ensinar e a aprender
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As gerações vêm e vão ao longo do tempo, seguindo o fluxo natural da vida. Esse movimento provoca constantes mudanças em nossa sociedade, graças a Deus, porque senão a vida seria entediante, tão cheia de certezas que não nos desafiaria a mudar para uma vida melhor como pessoa e em comunidade.
Segundo a sociologia, o conceito de geração não é único e surge de diferentes autores em épocas distintas, de Augusto Comte (1920), passando por José Ortega y Gasset (1923), Karl Mannheim (1928) até Antonio Gramsci (1930). Aqui, vamos nos ater ao conceito mais atual, que é do sociólogo inglês, Philip Abrams (1982), o qual afirmou que a individualidade e a sociedade são construções históricas e, portanto, estão conectadas. Com isso, ele defende que uma geração é determinada pela sincronia entre o curso natural da vida e o da experiência histórica dos indivíduos. Em outras palavras, uma geração dura enquanto existe a vida biológica inserida em um contexto histórico, e se encerra quando a realidade é alterada por alguma forte mudança cultural, social ou climática. O começo de uma nova geração se dá quando existe uma importante descontinuidade de determinada época histórica e institucional.
Nesse sentido, relatamos algumas gerações que marcaram a história do Século XX e início do XXI. A primeira que trazemos é a Tradicionalista, “uma geração marcada por grandes conflitos, como a Segunda Guerra Mundial, a grande depressão, escassez e dificuldade” (Allen, 2004). São pessoas que valorizam a família, são patriotas, foram criados em casa pelos próprios pais, tem sabedoria acumulada e dificilmente abrem mão da moral e costumes aprendidos na juventude. A maior limitação dessa geração é a pouca habilidade em lidar com os avanços tecnológicos.
A rigidez dos Tradicionalistas provocou o surgimento de uma geração mais libertária e otimista, a Baby Boomers (1943 a 1960). Essa expressão surgiu nos Estados Unidos, durante o retorno dos soldados americanos as suas casas, após o final da Segunda Guerra Mundial. O principal impacto desse movimento foi a explosão populacional a partir do nascimento dos filhos dos combatentes. Segundo as informações de Trending, Mapeamento e Análise de Tendências da Box 1924, os Baby Boomers foram imprescindíveis nas conquistas de várias causas sociais do século passado, especialmente em relação ao papel da mulher na sociedade. Foi a época de grande efervescência cultural do movimento hippie que pregava a paz, o amor e o sexo livre, um contraponto a dura realidade da Guerra do Vietnã. As principais qualidades dessa geração são a autoconfiança, otimismo e honradez e a exemplo dos seus antecessores, a principal carência é não saber lidar com os avanços tecnológicos. São também poucos receptivos às mudanças, especialmente quando as novidades são apresentadas por gerações posteriores.
A Geração X (1960 a 1980) é formada pelos filhos dos Baby Boomers e contrários ao movimento hippie, com comportamento transgressor e conceito de liberdade diferente da geração dos seus pais. Entre as características principais está a busca por seus direitos, a liberação sexual e menor respeito à família. São julgados como independentes, individualistas, cobram lealdade, são empreendedores e dominaram o uso de computadores. No entanto, possuem certa dificuldade no relacionamento interpessoal.
E finalmente chegamos as mais recentes gerações, a Y (1980 a 2000) e Z (pós 2001). Ambas foram influenciadas decisivamente pelas novas tecnologias do mundo digital. Surgiram os e-mails, as redes sociais, os smartphones, entre outros. As relações humanas foram ampliadas, de forma a ser possível trocar conteúdo de forma interativa e sem sair de casa. A geração Y é conhecida pela impaciência, já que o relacionamento se dá de forma instantânea e veloz. São pessoas que tiveram mais acesso a educação, as ferramentas de comunicação e são mais confiantes. Apesar de terem um grande potencial de consumo sem precedentes na economia mundial, demonstram maior preocupação com as questões ambientais e futuro do planeta. A pluralidade, e a capacidade de exercer simultaneamente múltiplas tarefas colocam a Geração Y em vantagem no mercado de trabalho. No entanto, enxergam o lado profissional de forma distinta das demais gerações, pois trabalham para viver e não o contrário. Dentre os pontos negativos apontados pelos especialistas estão a carência de foco, flexibilidade e paciência.
Na mais recente etapa da linha do tempo, temos os membros da Geração Z, conhecidos como "nativos digitais", em que a tecnologia é algo essencial em suas vidas. Talvez por isso, tenha crescido cada vez mais o número de crianças com problemas de saúde, devido ao sedentarismo e a falta de interesse em brincarem ao ar livre. A privacidade não é uma questão valorizada por essa geração, a ponto de compartilharem sem nenhum receio detalhes íntimos das suas vidas com estranhos virtuais.
O que podemos aprender é que todas as gerações deixam, para o mundo, aspectos positivos para uma sociedade mais equilibrada, mas ao mesmo tempo demonstram suas fraquezas que se não forem devidamente cuidadas, podem se tornar ameaças e se sobrepor as características positivas que cada uma tem.
Ao analisarmos a história recente do Brasil, podemos identificar a participação das gerações Baby Boomers, X e Y na luta pela democracia, seu fortalecimento e o combate à corrupção. A campanha "Diretas Já" foi um dos maiores movimentos populares e, aconteceu em 1983 com a proposição de eleições diretas para o cargo de Presidente da República em plena reta final da ditadura civil militar. No início dos anos 1990, o movimento dos “Caras Pintadas” formado por uma multidão de jovens saiu às ruas de todo o país pelo impeachment, de Fernando Collor de Mello. Agora, o Brasil se encontra em um dos momentos mais importantes de sua história e nesse contexto percebemos um ponto de convergência entre todas essas gerações. Vivenciamos a intensa mobilização das pessoas nas redes sociais e nas ruas por um objetivo em comum: o combate a corrupção e ao modelo político vigente. Nessa visão, todas a gerações estão unidas na busca de um país melhor para todos os brasileiros.
E o que o Sicoob Coopere tem a ver com essas gerações? Navegando pela história, percebemos que a nossa cooperativa foi formada por agricultores em 1993 e a maioria deles pertencia a Geração Tradicionalista, que antecedeu os Baby Boomers. Naquele contexto, a visão sobre o negócio cooperativo era muito diferente da atual, as pessoas necessitavam apenas dos serviços financeiros básicos: a poupança e o crédito para financiar a produção, assim como foi com os precursores do cooperativismo, os Tecelões de Rochedale, na Inglaterra, no Século XIX. Com a chegada das novas gerações surgiu a necessidade de contínua inovação dos processos de relacionamento com os associados, bem como da operacionalização do serviço financeiro. Além da poupança e do crédito, se estabeleceram outros produtos e serviços, tais como: consórcio, seguros, previdência privada, internet banking, dentre outros.
Um dos princípios do cooperativismo é o interesse pela comunidade, ou seja, as cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável das regiões em que elas atuam, e se envolvem com os problemas sociais, ambientais e econômicos. Diferente da ação dos grandes bancos, que captam recursos nos pequenos municípios e levam para os grandes centros urbanos, as cooperativas fazem o caminho inverso, elas aplicam nas próprias localidades em que estão inseridas, fomentando a economia local. Essa forma de atuar provoca nos jovens uma aproximação cada vez maior deles com o cooperativismo.
Por exemplo, nos Estados Unidos, a participação dos jovens nas cooperativas financeiras está deixando os grandes bancos preocupados. Pesquisas indicam que pessoas dessa faixa etária valorizam os programas de recompensa como motivo para optarem pelas cooperativas. Nesse sentido, vale lembrar que a participação econômica dos associados nos resultados, é outro princípio fundamental do cooperativismo. Agora em 2016, o Sicoob Coopere distribuiu mais de R$ 1,4 milhão aos associados. Os jovens estão percebendo que não querem ser apenas um CPF na base de dados das instituições financeiras, eles buscam usufruir de bons serviços e principalmente dos resultados. Nesse sentido, o Sicoob Coopere vem demonstrando competência em atender aos anseios das gerações mais novas.
Isso fica claro ao analisarmos a evolução da Geração Y no quadro social do Sicoob Coopere. Observamos que ela teve um forte crescimento nos últimos cinco anos. Em 2015, o segmento já representava 37% do total de associados da cooperativa, que encerrou o ano com 27.231 sócios. Em 2010, a Geração Y representava apenas 19%.
O Sicoob é um sistema que busca na inovação um importante elo com uma das mais presentes gerações que está dentro do nosso negócio, a Geração Y. Foi a primeira instituição financeira no país a disponibilizar um aplicativo nas redes sociais para a realização de consultas financeiras. Isso significa mais agilidade no atendimento, mas também cuidado com o meio ambiente, já que através do meio eletrônico se reduz a emissão de papéis. Como já dissemos, os jovens também são conhecidos pela preocupação com o meio ambiente e querem deixar um planeta melhor para as futuras gerações.
O Sicoob tem tido cada vez mais preocupação em atender as demandas de seus associados. O aprimoramento dos processos tecnológicos para o oferecimento de soluções financeiras, a exemplo do Mobile Banking do Sicoob, eleito em 2015 como o melhor do Brasil e a oferta de internet wi-fi em nossas agências, são algumas das iniciativas. Por outro lado, oferecemos aos jovens empreendedores crédito com educação financeira através do Sicoob Empreender, microcrédito destinado a apoiar as atividades produtivas desse público.
Estamos atentos às necessidades das novas gerações, sem perder o que nos sustenta nessas duas décadas de funcionamento: o atendimento humanizado. Afinal, quase 70% de nossos associados ainda prefere realizar suas transações financeiras nas nossas agências com o respeito, conforto e atenção que só um associado do Sicoob tem. Além disso, continuaremos a nossa prática diária de respeitar todas as pessoas em suas diferenças, independente de ideologia política partidária, credo religioso, cor, opção sexual, e de qual geração faça parte.
Se conecte com a gente nas redes sociais através do /sicoobcoopere. Venha fazer parte do Sicoob, faça-nos uma visita, se associe, experimente e compartilhe uma experiência financeira moderna e diferente em sua vida.
RANÚSIO CUNHA é administrador e diretor Geral do Sicoob Coopere
Fonte: Sicoob Coopere