Por um sistema financeiro mais justo
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Em alternativa ao sistema financeiro convencional, o cooperativismo de crédito se firmou no século 21 como possibilidade real de modelo justo, democrático e cooperativo de poupança, acesso ao crédito, movimentação de recursos financeiros e geração de resultados compartilháveis. Integrado por mais de 217 milhões de pessoas em 105 países, o sistema cooperativo de crédito alcança papel de destaque em economias como as da Alemanha, Itália e Estados Unidos. No Brasil, a adesão ainda é modesta em relação ao potencial de crescimento– somos 7,5 milhões de cooperados – mas os números e taxas de crescimento já impressionam: Entre 2006 e 2014, o volume total de ativos cresceu 590%, alcançando a cifra de R$ 143,6 bilhões. O volume de operações de crédito atingiu a marca dos R$ 67,4 bilhões em 2014, com crescimento anual de 60,3% e total - entre 2006 e 2014 – da ordem de 483%. Os depósitos também deram um salto: 473% de crescimento no mesmo período, totalizando R$ 67,9 bilhões em 2014.
Na Bahia são cerca de 150 mil baianos fazendo parte de alguma cooperativa de crédito, de acordo com estimativas da OCEB - Organização e Sindicato das Cooperativas do Estado da Bahia, a qual mantém registradas 21 cooperativas de crédito regulares. Espalhadas por todas as regiões do estado e com papel relevante em suas regiões, as cooperativas de crédito se destacam no Sertão e no Extremo Sul pelo impacto visível na economia local, através do microcrédito produtivo e da participação ativa dos cidadãos, de acordo com Ivo de Azevedo Brito, presidente da Central do Sicoob na Bahia , vinculada ao maior sistema de cooperativas financeiras do país.
Pergunta: O Sicoob é o maior Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil. Qual o panorama do Sicoob na Bahia?
Ivo de Azevedo Brito: Somos ao todo 14 cooperativas associadas ao Sicoob Central BA. Quatro delas se localizam em Salvador e representam segmentos muito bem adaptados à cooperação financeira: funcionários públicos estaduais, profissionais da área de saúde e empregados de dois grandes setores de negócio privado - energia elétrica e supermercados. A maior parte das cooperativas que atuam no interior da Bahia podem atuar em qualquer segmento econômico do mercado.
Pergunta: E quais são os números desse crescimento?
Ivo de Azevedo Brito: Os Ativos no Sicoob BA cresceram 29% se compararmos 2014 com 2013 e a captação de depósitos 35% nesse mesmo período. O número de associados, nos últimos anos, tem apresentado crescimento em torno de 15% ao ano.
Pergunta: Qual a imagem do cooperativismo de crédito na Bahia?
Ivo de Azevedo Brito: O cooperativismo de crédito é um modelo de sucesso, mas ainda não é conhecido como gostaríamos que fosse. Por isso, estamos trabalhando em ações para disseminar melhor o cooperativismo de crédito e seus benefícios aos associados e suas comunidades. Cooperativas de crédito precisam ser conhecidas como um negócio onde os donos também são os clientes e beneficiários dos serviços que essas instituições financeiras prestam, a custos muito baixos como forma de melhoria da qualidade de vidas dos associadas e suas comunidades.
Pergunta: Qual o futuro do cooperativismo de crédito na Bahia?
Ivo de Azevedo Brito: É muito promissor. O Cooperativismo de Crédito vem galgando consideráveis conquistas no cenário baiano, ocupando seu espaço para atendimento às necessidades de serviços financeiros de seus cooperados e contribuindo para o desenvolvimento local. No entanto, temos consciência do muito que ainda há por fazer e dos desafios que tendem a surgir, principalmente no sentido de conhecer melhor o perfil do associado, de hoje e do futuro, implementando as adaptações que forem necessárias e superando os problemas econômicos do mercado. Além disso, outro grande desafio é a ocupação dos grandes centros, a exemplo da Região Metropolitana de Salvador.